De
um shopping para o outro, e daí para o outro, assim começava seu dia. Algumas
vezes encontrava conhecidos com o mesmo propósito: matar o tempo. Ele se
acostumou tanto com essa rotina que seu tempo começou a ficar curto. Tão curto
que ele passou a querer tomar o tempo dos outros. Qualquer tempo, de qualquer
um. Ele planejou apossar-se do tempo das pessoas que, costumeiramente, encontrava
nos shoppings. Primeiro, a caixa da livraria de quem ele tomou o tempo de folga
e logo depois, todo o seu tempo, deixando a moça estendida, sem tempo para mais
nada. Nem mesmo para viver. Depois foram outros de quem, ele, sem pressa,
tomava o precioso tempo. Ao fim de seu tempo nos shoppings ele tinha
contabilizado muitos ganhos de tempo. Aí ele ia de volta para casa onde
precisava passar pelo menos algum tempo até voltar no dia seguinte à procura de
passar ou matar mais tempo.
Wednesday, January 23, 2013
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