Sunday, April 29, 2012

CAMISETAS E OLHARES - HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 271


Ricardinho notava, ao caminhar na Beira mar que muitas damas olhavam em sua direção, insistentemente. A princípio, ele preocupou-se, pois poderia ser indicação de algum interesse. E isso lhe interessava e muito. Resolveu, então, fazer um teste, pois desconfiava que não fosse nada disso. Ele passou a contar quantas olhadelas recebia quando usava camisetas com estampas vistosas, como as compradas na Europa ou mesmo ganhas de firmas locais, com seus logotipos. Após essa contagem ele passou a usar camisetas de uma cor só e sem nenhum desenho. O resultado, após as contagens, em quatro dias alternados, foi o seguinte: quando ele usava camisetas estampadas, recebeu 10 olhadas; quando usava camisetas de uma só cor recebeu somente 2 olhadas. Diga-se que essas últimas foram dirigidas a ele por velhos conhecidos.
FZA (2011)

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Tuesday, April 24, 2012

VISÃO AO ENTARDECER– HISTORINHAS DAS QUARTAS




Deitado na cama de palha da camarinha da frente da velha casa de seus avós, na Malhada, Breno via coisas demais na penumbra do fim de tarde. Fazia um tempo bonito, de chuva e, às cinco horas, ele acordou de todo. Olhando para a parede ao lado viu uma figura balançar-se e ficou imaginando que assombração seria essa, mais uma? Ele notou que a figura era ver a cabeça de uma cabra sem os chifres que, vez por outra, olhava para ele e abria a boca, mas não produzia nenhum som. Breno começou então a comparar as feições da figura fantástica com algumas pessoas que ele havia conhecido e o haviam perturbado. De repente ele imaginou ser aquela pessoa encontrada na praia e que pediu uma carona para voltar para casa. Quando ela entrou no carro deve ter lembrado algo, pois começou a falar repetidamente frases que não faziam nexo para ele: - Você mim deve! - Você vai mim paga! Foi  então que Breno  pediu para ela descer e tomar um rumo que não seria o seu.

(SP 10/3/12)

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Sunday, April 22, 2012

PLANO DE SAÚDE – HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 270


Etevaldo ouviu falar de um plano de saúde odontólogico que apresentava muitas vantagens, pois oferecia tratamento, inclusive próteses dentárias, se o associado comprasse um lote no Cemitério Parque Belo. Etevaldo só pensava em sua morte e de como seu pessoal teria dificuldades em sepultá-lo visto que eles não tinham uma cova a espera em cemitério nenhum. Mas, antes disso, ele achava que precisava de um bom trabalho em sua boca, pois tinha um só dente na frente e os outros estavam todos podres. Ele foi a procura de informações no escritório que era, ao mesmo tempo, um consultório odontológico. Após muita conversa a mocinha mostrou-lhe uma minuta de um dos planos mais vendidos,  custando trinta reais por mês. Etevaldo achou que estava de bom tamanho, principalmente porque lhe dava direito a uma dentadura e, em caso de óbito seria sepultado em uma cova funda. Havia um porém. E este era no caso do óbito se dar após a colocação da dentadura esta teria que ser devolvida ao consultório. Certamente para ser utilizada em outro associado.
Fza (2011)

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Wednesday, April 18, 2012

SHOW DE SONHO – HISTORINHAS DAS QUARTAS


Um grupo grande de pessoas, a maioria reconhecida como sendo da Universidade, viajou para um local no interior por uma estrada lamacenta. Chegando ao destino muita gente e mais outras pessoas que já estavam no local foram alojadas em um hotel, parece que a espera de um espetáculo a ser encenado. Eu fiquei por ali e, depois de algum tempo, dirigi-me para o local para onde todos haviam ido, mas quando eu estava me aproximando o espetáculo estava acabando. Era um show do Roberto Carlos... Encontrei com muitos dos meus estudantes Elena, Lucia, Érico, Márcio Antony e outros. Encontrei também o Scolari, técnico da Seleção que, aos gritos dizia que eles agora iriam ver, com os a 4x2 da vitória (acho que do Atlético Paranaense sobre o São Caetano)...
Fza (2011)

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Sunday, April 15, 2012

LIVROS DE GRAÇA – HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 269


Como muitos viciados em livros aprendi  que ir a livrarias dá oportunidade de ler tudo, ou quase tudo, sem pagar. É só ter a ousadia de pegar o volume preferido, sentar-se em uma poltrona e deleitar-se por um bom tempo; até se cansar ou ser chamado à atenção. Na realidade nenhum vendedor jamais me chamou a atenção por estar lendo um livro sem pagar. Acontece que, como é de meu feitio, tinha verdadeiro pavor de ser flagrado (?) e repreendido, ou qualquer coisa desse tipo. Continuei a ler os livros de que gostava, mas depois da leitura feita, oculto atrás de uma estante não muito visitada, escondia o livro da vez para poder achá-lo facilmente. Certa ocasião notei  que um freguês estava a procura de um livro específico e ninguém foi capaz de encontrá-lo apesar de estar listado como existindo um único exemplar. Quando descobri que o livro era aquele último que estava lendo escondido fiquei envergonhado e fui logo para trás da estante e ocultamente continuei sua leitura.
SP 9/3/12

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Tuesday, April 10, 2012

IDADE AVANÇADA– HISTORINHAS DAS QUARTAS


Clóvis não aparentava, mas havia chegado àquela idade em que se tem direito a muitas regalias. Tirar dinheiro nos caixas em terminais dedicados a velhinhas e velhinhos, lugares reservados em ônibus e no metrô, além das passagens grátis, embarcar antes de todo mundo em aviões e muitas outras supostas vantagens. Quando viajou para o interior e o ônibus parou em Paraipaba ele sentiu necessidade de ir ao banheiro, pois estava nas últimas. Infelizmente deparou-se com uma fila para entrar no único banheiro disponível. Não conseguiu impressionar ninguém para deixá-lo furar a fila e ele teve de esperar. Só que a espera foi trágica e ele teve de abrir sua mala para tirar um par limpo de calças para poder continuar a viagem.
 SP 8/3/12

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Sunday, April 08, 2012

FILMES LEGENDADOS– HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 268

Durante algum tempo Milton ficava imaginando como seria bom se ela fosse ao cinema com ele assistir a um filme, um filme qualquer, e não reclamasse tanto que fosse legendado. Ele não queria acreditar que ela não conseguisse impor à sua mente uma velocidade de leitura das legendas compatível com o tempo de permanência das frases na tela. Finalmente, Milton desistiu e ainda hoje contabiliza em sua agenda preta o enorme número de filmes que perdeu, pois ela preferia sair para comer pizza e fazer compras no shopping.  

SP 8/3/12

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Wednesday, April 04, 2012

PROFESSOR DE LITERATURA – HISTORINHAS DAS QUARTAS


Rivaldo tinha um amigo que era do barulho. Mas, o barulho que ele fazia era somente quando contrariado pular sobre os próprios pés. O barulho mesmo era seu linguajar especial, pois aparentemente, ele não tinha aprendido a falar corretamente certas palavras e tornava-se motivo de interesse acadêmico para muitos professores da Universidade local.  Entre muitas dessas palavras estavam sostificação e atenado. Com o tempo e o auxilio de colegas o amigo de Rivaldo conseguiu superar tais dificuldades chegando mesmo a fazer um mestrado em Linguística e um doutorado em Literatura Comparada. Hoje ele é professor em uma falcudade do interior.
SP 8/3/12

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Sunday, April 01, 2012

CORTE DE CABELO – HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 267



Logo que chegou a cidade grande ele percebeu que precisava de um corte de cabelo. Na verdade ele ainda poderia suportar o cabelo grande por mais uma semana, mas estava querendo fazer uma renovação total, já havia raspado a barba e o bigode. Faltava mesmo só a cabeleira que não se acomodava em cima de sua cabeça. Andando pela vizinhança descobriu uma barbearia onde os barbeiros usavam tatuagens em todas as partes do corpo que deixavam aparecer; a decoração da sala era baseada em barbearias americanas antigas. Ele gostou e entrou. Pediu um corte de cabelo radical e sentado começou a cochilar. Sonhou com o primeiro corte que fez quando chegou dos matos: o barbeiro sacana lhe tascou um corte zero sem que ele antes soubesse o que era isso. Pois bem, agora, aos oitenta anos o barbeiro tatuado sem lhe perguntar, pois certamente não queria despertá-lo deixou seu cabelo rente com o couro. A princípio ele quis reclamar, mas, como, se o cabelo não poderia voltar para o lugar? Finalmente, Jorge, pois era esse ente doentio que cortava o cabelo, ficou satisfeito, pois cortar o cabelo a zero se adequava ao seu novo modo de vida.
SP 6/3/12

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