Wednesday, November 30, 2011

CAIU UM AVIÃO NA SERRA DO TIMBU


Uzamericano entraram na Guerra. Esse grito e era mesmo quase um grito de satisfação ecoou na pequena cidade como alguma coisa de sobrenatural. O Japão havia atacado uma ilha lá nos confins do Pacífico e agora era pra valer, pois os japoneses eram amigos dos alemães e dos italianos e a guerra era agora de todo o mundo: os bons contra os maus. (...)


Em Imbotirama houve muito entusiasmo com a novidade. Agora os bons podiam acusar os maus de andarem pichando as paredes com a cruz danada e com o feixe de varas. Todo mundo sabia quem era simpatizante de quem além do que os comunistas agora unidos aos chamados democratas ajudavam no policiamento das manifestações.

Houve diversas prisões, de gente da alta inclusive. O Delegado Regional não tinha sossego averiguando e investigando a enormidade de denúncias que se acumulavam sobre sua mesa. A mais cabeluda delas era que gente do antigo prefeito fora taxada de simpatizante dos comunas levando o Sargento Dias a abrir um rigoroso inquérito que, ao fim, deu em nada e foi arquivado. Graças a Deus, pois se ele escarafuncha um pouco mais descobriria muita coisa.

Nessa época Imbotirama ficou assolada por boatos. Um desses era muito forte e contava a visita de um submarino alemão que aportava regularmente nas proximidades de Tatajuga. Parece que o U-Boot aportava lá para reabastecer de água, comida (o que seria? Talvez tapioca e carne seca) e querosene. O certo é que sempre quando o tal submarino aportava por lá havia muitas festas, o forró ainda não existia, de tal sorte que era samba mesmo. Um resultado foi a quantidade de bucho que apareceu. Lá pelo fim da guerra tinha muito menino louro e de olhos azuis correndo pelas praias da Tatajuga.

Mas, de longe o mais importante acontecimento dessa época foi a queda de um avião americano lá pelos lados da Serra do Timbu. Os mais velhos contam que alguns militares americanos feridos foram trazidos para a cidade e tratados na farmácia São João, de propriedade do Seu Tito. Imaginem a quantidade de gente postada em frente à farmácia para ver os feridos. Os homens, a falta de melhor, foram deitados em esteiras de palha na calçada mesmo e o Seu Tito passou a tratar das feridas do Bob, do Bill e do Kit. Esses eram os nomes que eles mesmos se atribuíam. Quando eles estavam sendo tratados aparecerem alguns entusiastas amigos duzamericano e começaram a puxar conversa com os feridos que só faziam gemer. O deputado tido como conhecedor da língua de Shakespeare perguntava o que eles faziam na área e, lógico, os coitados não respondiam nada, pois além de estarem com muitas dores eram obrigados a não revelar nada sobre sua origem e destino. Isso era segredo de guerra. O Quiroga, muito falante, resolveu oferecer cigarros Hollywood aos rapazes. Abriu uma carteira e apontando para os cigarros indagava para os rapazes: - Cigarrete? Cigarrete? Da maneira como ele pronunciava as palavras os soldados nada entendiam, mas arriscavam a movimentar os olhos em concordância. O Quiroga ficou satisfeito com sua iniciativa. Estavam todos nessa confusão quando aparece o Dr. Damásio, cujas feições lembram a de um oriental. Como fosse médico parteiro ofereceu-se para ajudar o Seu Tito no pensamento das feridas dos soldados. Logo que estes vislumbraram o médico gritaram a uma só voz:
- Jap no! Jap no! Agora parece que só o deputado entendeu o que eles queriam dizer.

Logo que eles se recuperaram foram levados para a Capital por um grupo de patrulheiros americanos chegados, como que por milagre, em Imbotirama. Um desses patrulheiros voltou outras vezes à cidade e após um namoro curto com uma das filhas do homem mais rico da região casou com ela e levou-a para a América onde foram felizes para sempre.


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PRETENSÕES DE SEU UBIRAJARA


Ferreirinha esbarrou na porta do mercado com um camarada estranho e viu que não o conhecia, nunca o tinha visto. Mais tarde ele o identificou como sendo Ubirajara Cohen Urquiza. Pensou: Então é esse o velhote enxerido... A figura tinha tudo para ser o tal, pois usava calças caqui, um chapéu Panamá e andava de sapatos com saltos altos – ele era baixinho. Como não havia ninguém para confirmar sua identidade ele aventurou-se e se dirigiu ao índio, pois o velho era todo um índio. (...)



- Bom dia Senhor. Você é o doutor Ubirajara?
O outro olhou para ele, desconfiado, mas respondeu afirmativamente.
- Eu gostaria de falar com o Senhor...
- Pois é, já está falando...
- É um assunto particular. Podemos ir até o Bar do Mainha? Ali na esquina...
- Vamos. E doutor Ubirajara seguiu os passos de Ferreirinha, pois ele não tinha a menor idéia de onde ficava o tal bar. Ao chegaram Ferreirinha puxou uma cadeira diante de uma mesinha dessas de ferro e ofereceu-a a seu convidado sentando-se em outra, bem de frente a ele. Ubirajara esperou pelo desenlace do encontro achando que talvez a conversa fosse sobre um assunto que ele não gostaria de tocar, pelo menos agora que ele estava em paz. Mas Ferreirinha - ou seria Senhor Ferreirinha? - ao se identificar confirmou suas suspeitas:
- Eu sou o pai de Isolda, o Ferreirinha.
- Sim?
- Corre o boato na cidade que o senhor está perseguindo a menina... É verdade? O que 0 senhor tem a dizer sobre isso? Pode parecer uma tentativa de estupro...
- Não tenho nada a dizer, mas parece que os boatos aqui andam mais depressa que os fatos, não é?
- Então o senhor nega as evidências?
- Santo Deus! E quais seriam essas evidências?
- Estão dizendo que o senhor dá as coisas para ela...
- E faz algum mal dar mimos para uma pessoa? Se Isolda fosse homem o senhor se importaria? E se ela fossa uma velhota de minha idade o senhor também se importaria? E se ela tivesse um monte de defeitos físicos o senhor ainda assim se importaria?
- O senhor fala assim me atrapalha todo...
- O senhor não precisa se atrapalhar seu Ferreirinha...
- Tudo bem, e o senhor vem de onde, com esse nome estranho?
- Bom, para ser gentil eu vou lhe responder. Meus antepassados saíram do que hoje se chama a Terra Santa e habitaram a Península Ibérica. Muitos anos se passaram até que eles chegassem a esta Terra Abençoada e fixassem raízes. O pai de meu pai era farmacêutico prático em Manaus e eu sou o único de seus descendentes que não seguiu essa profissão. Eu fui, por muitos anos, embarcadiço na Marinha Mercante. E nunca casei, sou um moço velho, solteiro, se isso interessa ao Senhor.
- E o que o senhor faz aqui na Várzea?
- Eu vendo apólices de seguro de vida da Sul América Companhia de Seguros, como o senhor vê eu sou um reclame vivo da Companhia.
- Ah é?
- Será que o Senhor está interessado em fazer um seguro?
- Vou falar pra minha patroa e acho que ela vai gostar de conhecer o Senhor.
O velhote enxerido esfregou as mãos em sinal de satisfação prevendo que iria encontrar Isolda em sua própria residência e não naquela lojinha da qual ela era caixeira.
Ferreirinha não se conteve e perguntou a Ubirajara:
- Mas Senhor Ubirajara deixe o seguro de vida de lado e me diga quais seriam suas pretensões?
- Pretensões? O que o senhor quer dizer com pretensões?
- Quero saber o que o senhor quer com a Isoldinha.
Ubirajara animou-se com o diminutivo empregado pelo pai da menina, pois isto parecia sugerir um abrandamento do seu ponto de vista. Ele respondeu:
- Veja Senhor Ferreirinha eu não sou rico, isto por mais que as pessoas da Várzea me dêem as mais diferentes posses. Eu sou um velho, como se diz aqui um velhote enxerido, eu não sirvo pra muita coisa. As minhas pretensões com relação à sua bela filha são as mais simples possíveis e elas são exatamente as mesmas que tem sua filha sobre minha triste figura. Se o senhor quer mesmo saber, pergunte a Isoldinha. Ela com toda certeza lhe dirá.

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GENTE DA GRANJA 2




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Tuesday, November 29, 2011

Ladrão se arrepende e devolve dinheiro roubado após 60 anos

Arrependido, um ladrão devolveu com juros o dinheiro que havia roubado de uma loja no centro de Seattle, em Washington (EUA), na década de 40. Ele ainda escreveu um bilhete, pedindo desculpas por ter roubado entre US$ 20 e US$ 30 da caixa registradora da loja “Sears”. O homem colocou uma cédula de US$ 100 no envelope enviado ao gerente do estabelecimento.

Ladrão devolveu dinheiro roubado depois de 60 anos. (Foto: Reprodução)

"Nos anos 40 eu roubei dinheiro de uma caixa registradora em uma quantia de US$ 20 - US$ 30... Eu quero devolver este dinheiro com US$ 100", dizia o bilhete.

"Eu acho que a consciência dele o incomodou nos últimos 60 anos", disse o gerente da loja, Gary Lorentson, à "TV King 5".

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Se essa moda pegasse no nosso Brasil só teríamos vantagem se os valores fossem multiplicados por milhões.


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AFORISMOS, APOTÉGMAS, MÁXIMAS


"Experiência é o nome que nós damos aos nossos próprios erros."


Oscar Wilde (1854 – 1900)


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Sunday, November 27, 2011

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 250

SONHO DE UM PROJETO REJEITADO

Roberval estava empenhado em montar um grande projeto para estudar a presença de hemoglobina em plantas. Acontecia uma reunião da qual participavam pessoas da Faculdade como o Ferreira, a Dulce, o Fernando e outros. Parece que a maioria rejeitou o projeto do Roberval e todos saíram da sala para uma área onde ficaram conversando. Havia um camarada pequenininho, de cor escura, talvez um menino ou um sujeito muito baixo. Comentava-se sobre as razões que levaram a proposta do Roberval ser rejeitada e ele dizia que iria propor a mesma para um grupo de pessoas diferentes, talvez estrangeiras... Nisso alguém diz que esse tal camarada pequenininho tinha sido o responsável pela derrota da proposta do Roberval. Todos olhavam para ele, mas não se dizia ou fazia coisa alguma...


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Wednesday, November 23, 2011

MOEDAS ROMANAS NO MURO DAS LAMENTAÇÕES

VEJA MATÉRIA PUBLICADA HOJE NO G1

23/11/2011 15h13
- Atualizado em 23/11/2011 16h51

Arqueólogos acham moedas romanas no Muro das Lamentações

Descoberta pode mudar teorias sobre a história do local.
Construção fica em Jerusalém e é sagrada para os judeus.

Do G1, com informações da AP e da Reuters

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Arqueólogos israelenses descobriram nesta quarta-feira (23) moedas da época dos romanos debaixo do Muro das Lamentações, em Jerusalém, local sagrado para os judeus. As moedas foram cunhadas por volta do ano 25 d.C. e podem mudar as teorias sobre a construção do muro, há cerca de 2 mil anos.

Durante séculos, se pensou que o muro havia sido construído pelo rei Herodes -- que, na tradição cristã, também é considerado infame por seus esforços de caçar o menino Jesus na história original do Natal.

Porém, Herodes morreu em 4 d.C., cerca de 20 anos antes da produção das moedas. Isso indica que o muro foi finalizado por seus sucessores.

Uma das 17 moedas encontradas sob o Muro das Lamentações (Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner)Uma das 17 moedas encontradas sob o Muro das Lamentações (Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner)
Arqueólogo israelense Eli Shukron, à esquerda, mais abaixo, mostra onde foram achadas as moedas (Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner)Arqueólogo israelense Eli Shukron, à esquerda, mais abaixo, mostra onde foram achadas as moedas (Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner)



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Tuesday, November 22, 2011

AFORISMOS, APOTEGMAS, MÁXIMAS




"O que fazemos durante as horas de trabalho determina o que temos; o que fazemos nas horas de lazer determina o que somos."

Charles Schulz (1922 – 2000)


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