Friday, July 31, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 82


LÍVIO BARRETO, um dos fundadores da Padaria Espiritual onde adotou o pseudônimo de “Lucas Bizarro”, nasceu em 1870 em Granja e faleceu em 1895. “Dolentes”, publicado postumamente foi seu único livro. Aqui apresento seu poema “Tempos Depois” publicado nesse livro.

TEMPOS DEPOIS

Um dia, distraída, os olhos alongavas
Sobre a paisagem morta e áspera do outono,
Nos longes do poente imersa, e desfolhavas
Nos dedos uma rosa em mórbido abandono.

No lábio arqueado e nobre um sorriso gelado,
No olhar profundo e sério uma tristeza doce:
Nesse sorriso a dor de um coração magoado
Eu vi, e nesse olhar um sol que eclipsou-se.

Quem feriu, impiedoso, a tua adolescência,
Que mágoa borrifou os teus dezoito anos?
Foi um espinho, flor? Foi um olfato, essência?
- Covardia brutal dos corações humanos!

Tempos depois lembrou-me a tarde em que te vira
A desfolhar, absorta, uma rosa, fitando
A paisagem do outono; o outono já fugira
E a primavera vinha os campos aloirando.

Foi quando, bela e fria, o teu olhar gelado
Deixou-me a sensação cruenta do abandono...
A flor dos sonhos meus havias desfolhado
Tal como a rosa outrora, a rir, ao sol do outono!

- 94 -
continuação do texto/postagem

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INÁCIO DE LOIOLA


SANTO INÁCIO DE LOIOLA

Há 453 anos morria (31 de Julho), com 65 anos, Inácio de Loiola, o fundador da Companhia de Jesus. Entre seus companheiros na Sorbonne em Paris, onde foi estudar, estavam Pedro Fabro e Francisco Xavier. Inácio e Francisco foram modelos para o padre José Sancho Lelou, o antepassado do responsável por este blog, que adotou, no séc XVIII, seus nomes como nome de família de seus descendentes.

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Thursday, July 30, 2009

VISTAS DA GRANJA 104


AQUITEVEAQUIFOIAQUIERA

O que existia nessa esquina da Praça da Matriz com a Rua Lívio Barreto?

A Granja, como outras cidades antigas é rica em lembranças e muita tradição. Quando se trata de prédios, monumentos e locais públicos a cidade é lembrada por um bom número deles em suas diversas ruas e praças. Como muitas outras cidades a Granja também deixou de preservar boa parte de sua memória gravada nesses prédios e monumentos. A falta de cuidados e carinho e o desprezo dos dirigentes são notórios entre nós. A Granja é popular e jocosamente conhecida como a “Cidade do lá tinha” expressão que sugere a existência anterior de algo e o seu desaparecimento.

Continuando a série VISTAS DA GRANJA que intitulei AQUITEVEAQUIFOIAQUIERA mostro a foto do local onde ficava antigo ícone granjense. Você seria capaz de identificá-lo?

continuação do texto/postagem


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HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 21


BOMBA NO RIO

Eles chamavam de bomba, mas era uma simples banana de dinamite com uma espoleta de fulminato de mercúrio e um cordão ao qual encostavam um cigarro aceso. Todos os domingos, bem cedinho, os dois saiam para o rio. Lá, já esperava o mestre Raimundo, canoeiro que conhecia bem todos os poços, principalmente os que tinham muito peixe. O companheiro era bem mais velho do que Jorge, ainda criança. Mesmo assim eram amigos e tinham interesses em comum. Mas, pescar de bomba era alguma coisa que não lhe agradava. Entretanto, Jorge ficava fascinado quando, alguns segundos após jogarem a bomba, os peixes começavam subir. Mortos. Bagres, cangatis, às dezenas. Peixes sem importância, de pouco valor. Ele nunca comia desses peixes. Tempos depois o amigo lhe disse que não pescava mais, pois a Capitania dos Portos estava de olho nele.

(A ilustração é de Edgar Koetz)


continuação do texto/postagem


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Tuesday, July 28, 2009

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 93

(Terbrugghen - Rapaz tocando flauta)


FLAUTA

Ela tinha acabado de chegar à cidade e assumiu o novo cargo na repartição, começando um período de adaptação. Alugar uma casa, pois na cidade, morar em apartamento ainda não era imperioso; matricular os quatro filhos em boas escolas eram tarefas inadiáveis. Não podia esquecer das aulas de inglês para os dois mais velhos e das de música para o Lucas. Sabe-se lá se ele não chegaria a ser um Mozart dos trópicos? Descobriu uma loja de instrumentos musicais em um bairro de comércio chique. Perguntou à vendedora se ela teria uma flauta doce. A mocinha responde negativamente. Ao sair ela viu exposta na vitrine, uma flauta do modelo exato que procurava. Voltou ao interior da loja e questionou a vendedora levando-a até a vitrine onde lhe mostrou a flauta exposta:
- Olha, é aquele instrumento que procuro! A mocinha diz:
- Ah! A senhora quer “essazinha”! Mas isso é uma “frauta”!



continuação do texto/postagem

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A EPIDEMIA SOBRE DUAS RODAS


Em matéria publicada no jornal Folha de São Paulo de ontem (27/7) Rogério Gentile chama atenção para o verdadeiro massacre que acontece no país que é a "guerra das motos". Já hoje no O Povo Fábio Campos transcreve e comenta a matéria do jornalista paulista sobre essa guerra que atinge a todos nós, sejamos habitantes das grandes cidades sejamos moradores dos mais longínquos confins do interior. Veja a matéria de O Povo de hoje: A Epidemia sobre duas rodas.


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Monday, July 27, 2009

HISTÓRIAS DAS TERÇAS 63


PROCUSTO

Por muitos dias ele fez as análises que o chefe pedia. Apresentava os dados sob a forma de um gráfico, uma reta que passava pelos pontos experimentais e deveria cruzar o eixo dos x na sua origem, como é sabido. Infelizmente ele nunca conseguiu fazer uma análise sequer, que fosse aproveitável. Certo dia ele mostra um gráfico onde todos os pontos estão sobre a reta e esta passa pela origem, como o chefe queria. Este fica admirado com a reviravolta, mas contente com o resultado. No entanto, depois de alguns momentos de dúvida, surge a resposta ao "mistério":
- Dr. César, como sei que o senhor gosta de tudo muito correto, eu grafei a reta e pus os pontos sobre ela.
(Veja imagem acime em http://www.leftbusinessobserver.com/Shock.html)
continuação do texto/postagem

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Sunday, July 26, 2009

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 134


BICICRETA

Ele tinha um jeito todo especial de falar. Seus colegas não lhe corrigiam, pois muitos cometiam os mermo erro, senão otros semelhante. O certo é que ele um dia, no meo desse ano, combinou de viajar aí prá roça cum mais um amigo aí. Quando chegaro a premera coisa que fizero foi alugá uma bicicreta aí e sair prá passear e ver as mulherada aí.


continuação do texto/postagem

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Saturday, July 25, 2009

CONTOS DA RIBEIRA 1

Sob esse título postarei, semanalmente, um pequeno conto ou historia que se baseiam em fatos e acontecimentos supostamente passados, em diferentes épocas, na região da Ribeira. Alguma semelhança com fatos reais é simples coincidência.
TELEFONEMA

- Oi. Diga...
- Você está aonde?
- Estou quase de saída. O motorista já está aqui...
- Eu queria falar com você.
- Ok. Certo. E aonde?



- Estou em casa, passe aqui.
- Você não pode adiantar nada? Sobre o que você quer falar?
- Eu não aguento mais isso aqui...
- Isso aqui o que menina?
- Essa vida besta...
- Eu já lhe disse o que você devia fazer...
- É eu lembro...
- Pois é. Vamos fazer o seguinte: você resolve o que vai fazer durante a viagem.
- Que viagem?
- Ué! Para Fortaleza, agora comigo.
- Meu Deus o homem ficou doido...
- Eu sei que você quer. Além do mais você vai ficar no meu apartamento por pelo menos até conseguir alguma coisa melhor e que lhe agrade. Tenho um quarto de hóspede que pode ficar todo para você.
- E o que eu vou fazer para retribuir isso?
- Você não fará nada mais do que fazia na casa de sua madrinha. Portanto arruma sua mala!


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Friday, July 24, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 81


LÍVIO BARRETO, o “Lucas Bizarro” da Padaria Espiritual, nasceu em 1870 e faleceu em 1895. “Dolentes”, publicado póstumamente foi seu único livro. Aqui apresento seu poema “Sombra e luar” publicado nesse livro.


SOMBRA E LUAR

Ai, Santa! Quantos pesares!
Ai, anjo, quanta amargura!


(E a sombra baila nos ares,
E a lua cisma na altura.)

Se te amo?! Pergunta à lua,
Pergunta à noite que desce!

(E o luar no céu flutua,
E a somba desaparece.)

Se sofro?! Interroga o mar
D´água, que os olhos me ensombra!

(E a sombra cobre o luar,
E o luar chora na sombra.)

Vês? O vento arranca a flor,
Desfolha-a... A mágoa é o vento...

(E o luar é o resplendor
Do Deus Menino ao relento.)

Crês? Eu creio. À noite sonha
Minh´alma com o teu olhar...

(Já não há sombra que ponha
Prantos na face do luar.)

Minh´alma abraça-se à tua...
É a onda abraçando a espuma!

(Os anjos bailam na lua
E a sombra chora na bruma.)

Cismas? Camélia gelada,
Tua fronte empalidece...

(À lua – a hóstia sagrada –
Eleva a sombra uma prece.)

Amas? Vê: meu coração
Procura um seio.. tem pena!

(Semelha o luar na amplidão
O cálix de uma açucena...)

Mas, tu não falas, senhora!
Se tu amasses... talvez!

(Em minh´alma brilha a aurora
Nas chagas que a dor lhe fez!)

E o meu amor vive e chora
Por ti! Que importa? Não vês!

(Pelo frio azul afora
Vai o luar, que palidez!)

Sombra e luar vão-se embora
Só fica a tua mudez!

- Granja – Junho – 94
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Thursday, July 23, 2009

INSTITUTO JOSÉ XAVIER - GRANJA


Veja notícia no Diario do Nordeste de hoje (23 de julho) sobre solenidades no Instituto José Xavier em homenagem a Maria Olímpia Xavier, lançamento do livro de poesias "Artesão de Si" de Lira Dutra e premiação do V Concurso de Redação - Livio Barreto.


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VISTAS DA GRANJA 103


O que existia nesse terreno da foto em esquina da Rua Pessoa Anta?


AQUITEVEAQUIFOIAQUIERA

A Granja, certamente, como outras cidades antigas é rica de lembranças e muita tradição. Quando se trata de prédios, monumentos e locais públicos a cidade é lembrada por um bom número deles em suas diversas ruas e praças. Como muitas outras cidades a Granja também deixou de preservar boa parte de sua memória gravada nesses prédios e monumentos. A falta de cuidados e carinho e o desprezo dos dirigentes são notórios entre nós. A Granja é popular e jocosamente conhecida como a “Cidade do lá tinha” expressão que sugere a existência anterior de algo e o seu desaparecimento.

Nesta e em próximas VISTAS DA GRANJA pretendo mostrar fotos recentes de prédios ou vazios ou seus substitutos modernos e pedir aos leitores ocasionais do blog que, se souberem, os identifiquem – presente e passado.
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Wednesday, July 22, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 20


A porca Branquinha na enchente

As enchentes de março, abril, maio, junho e julho foram grandes. Dizem que no total, foi a maior enchente que já houve no Coreaú, pelo menos nos últimos 70 anos. Nas comunidades a beira rio, como na Várzea, foram muitas as casas de taipa tornadas imprestáveis para moradia, ou destruídas totalmente. As pessoas abandonaram seus lares sendo que muitas se recusaram a deixá-los preferindo arrostar as dificuldades. Até mesmo os animais domésticos assim o faziam. Jorge Raposo conta que ajudou a porca Branquinha a ser retirada de sua pocilga invadida pelas águas, mas logo depois viu que ela voltava para seu bem-bom. O que ele e os outros podiam fazer? Nem Nosso Guia seria capaz de solucionara esses grandes problemas.
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CPMF AINDA É PAGA PELO GOVERNO

Leia a reportagem publicada no O Globo de hoje que trata do pagamento da CPMF por orgãos do governo, mesmo depois de um ano de sua extinção.


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Tuesday, July 21, 2009

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 92


Mensagens crípticas

Ninguém atinava com o que ela pretendia aprontar, talvez nem mesmo ela soubesse. Às menores atitudes ela emprestava um significado críptico e quando tocava a vez de Robério e ele procurava entende-la não encontrava nada de sólido. Em certa ocasião, quando ele se encontrava no exterior, recebeu uma mensagem aflita da moça invocando Deus e lhe dizendo que deveria acreditar em suas conquistas. Robério decide gastar euros em uma ligação para ver se conseguiria esclarecer o significado dessas palavras. Ele decide não mais tentar após cinco chamadas cada uma com dez toques; ele tenta uma mensagem, duas mensagens, três mensagens: ela não responde a nenhuma. Após meses ao encontrá-la no mesmo bucólico balcão ela diz não lembrar de ter ligado para o moço.

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HISTÓRIAS DAS TERÇAS 62


Nosso Guia vendeu a ponte de ferro

O correio acabava de ser entregue pelo Rodolfo e Nosso Guia procurou, entre uma infinidade de cartas sem importância, a que ele estava esperando fazia alguns meses. Descobriu, finalmente, o envelope vindo dos Estados Unidos com o logotipo inconfundível da “Idaho Steel Co.” Ao abrir o envelope ele leu a resposta da consulta que fizera a essa importante aciaria. O Presidente Para Negócios no Brasil lhe respondia aceitando a oferta de venda da ponte de ferro que, segundo a oferta de Nosso Guia, enfeava as margens do rio que banhava a cidade. No trecho mais importante da resposta o Presidente afirmava que o valor da compra seria depositado em nome de Nosso Guia no Bank of Southern Idaho.

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Sunday, July 19, 2009

VIAGEM A LUA

Mesmo que você não acredite, como muitos, que o Homem foi a Lua há 40 anos (20 de julho de 1969) você pode apreciar as belas fotos vistas no site: Galeria de imagens da primeira viagem a Lua (G1). +Mais belas imagens do nosso satélite.
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HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 133


Encontro

No cinema, sentado ao lado da amiga, ele não prestava atenção ao filme e nem tampouco aos encantos da jovem. Ele só pensava no resultado do exame que havia recebido agora há pouco. Como será depois que Ella lhe levar? Como ele irá se comunicar com ela? Imaginava mil artimanhas, mas acreditava que somente uma teria sucesso. Nessa ela teria de se encontrar com ele acima, no espaço entre as nuvens, quando suas bocas se encontrariam e se penetrariam e seus corpos se fundiriam. Subitamente ele é despertado de seu devaneio fúnebre pelo agudo olhar da jovem ao seu lado que, mesmo no escuro do cinema, conseguia notar seu alheamento.
(A pintura acima é "O beijo" de E. Munch)

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Friday, July 17, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 80


LÍVIO BARRETO, o “Lucas Bizarro” da Padaria Espiritual, nasceu em 1870 e faleceu em 1895, tendo deixado uma única obra, “Dolentes” (póstuma). Temos hoje o poema Lutas, publicado nesse livro.

LUTAS


A Ulisses Bezerra

Sinto-me triste e fatigado. Ainda
Vibra-me n´alma o seu olhar severo,
Inflexível, frio, calmo e austero,
Cheio das fezes de uma dor infinda.

A dúbia luz da lamparina treme,
Vacila como eu, como eu descora,
No entanto, aos poucos no Oriente a aurora
Sacode a cabeleira de oiro e creme.

O crótalo do ciúme o dente crava
Em meu amor; e eu sinto-me covarde
Nesta luta cruel, tenaz e brava
Onde minh´alma se estorcendo arde.

Deus do vencido, ó sono! Me acalenta
Esta agonia atroz que me esfacela!
Mas não, ó Dor! O sono me afugenta
Pois eu posso talvez sonhar com Ela...

- Granja – 1894

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Wednesday, July 15, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 19

Serviço

Jorge,

É preciso notares que temos de mandar fazer aquele serviço antes que termine as férias do foro, para aproveitarmos a ausência do Juiz e do promotor que deverão chegar antes do término das férias. O capitão Pádua está muito interessado pelo caso e foi ele que veio me dizer ontem para eu providenciar tudo antes da chegada daquelas autoridades. Podes lançar mão de automóvel ou caminhão por minha conta e tudo mais que for necessário para a efetuação do que pretendo fazer. Lembro-te que Fernando Silva e Joaquim Pedra, talvez pudessem indicar pessoas a altura de realizar este serviço.
Creio que quatro pessoas dispostas serão suficientes, pois se trata de uma única pessoa e não parece ter disposição para luta. É bastante atrevida e se acha influenciada pelos comunistas. Acho conveniente a pessoa indicada vir até aqui para eu dar instrução. A estrada que vem de Pereiro para Almofala, tem rodagem muito boa até a casa e a distância dali para a casa é menos de um quilômetro. Fica aquém do cemitério do Cocorote vindo de Pereiro. Aguardo, pois tuas providências com toda urgência.

Do amigo certo e
Padrinho
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Tuesday, July 14, 2009

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 91



Maicon e Maiquel

Jules Patriota anunciou em sua coluna diária que os gêmeos Maicon e Maiquel Biggs foram agraciados, em sessão solene da Academia de Ciências Ocultas e Letras Apagadas de Carlomindaba, com o diploma de Sócios Beneméritos por Toda sua Vida por seu envolvimento e empenho na edificação do monumento às crianças desamparadas na dita comunidade de Carlomindaba. Ao agradecer a homenagem os dois irmãos prometeram continuar seu delicado interesse pelas crianças da cidade. Os dois foram muito aplaudidos. Ao final da sessão houve farta distribuição de brinquedos para adultos e crianças.

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QUEDA DA BASTILHA


Comemora-se hoje, 14 de julho, na França e em todo o mundo, a queda da Bastilha, uma fortaleza-prisão, em 1789. Após a queda da Bastilha “a burguesia se rebelou contra a monarquia e começou uma nova era de liberdade, igualdade e fraternidade.”


Quando nós daremos o nosso grito de liberdade contra os tiranetes que nos afligem, até aqueles nos mais baixos níveis da administração?

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Monday, July 13, 2009

HISTÓRIAS DAS TERÇAS 61


Diálogo na Beira-mar

- Quê que há camarada?
- Oi, tudo bem contigo?
- Tem ido lá?
- Lá aonde, macho?
- Ué, na tua terrinha...
- É, vou sempre...
- E como é que vão as coisas?
- As coisas, como sempre, vão, mas o povo vai ficando...
- E o Chefão? Está mesmo com tudo agora?
- Tu sabe que ele sempre teve com tudo, não é?
- Mas agora, depois dessa confusão toda entre eles, como é que ta?
- O que eu sei é que ele ta muito alegre, aliás, sempre ta alegre!
- E porque essa alegria toda?
- Rapaz, as verbas federais e estaduais para reconstrução estão sendo liberadas e já chegando...
- E seria por isso a alegria? Deve ter mais alguma coisa...
- Ele ta recebendo todo o dinheiro e já ta de viagem marcada para New Orleans.
- Vai fazer o que lá?
- Vai botar um implante de dentes...
- Implante de dentes? Conta isso, macho!
- Pois é: dizem que um dentista lá ta fazendo miséria, pois põe uns dentes que são um sucesso...
- Ué, mas todo dentista pé-rapado aqui faz implante dentário. Precisa ele ir?
- O problema com o Chefão é que ele é sabido, mesmo! Ele achou três soluções pra seus problemas mais urgentes: 1) vai tomar uísque Jack Daniels em New Orleans, 2) vai por um dinheirinho em sua “savings account”, 3) vai fazer o implante que vai melhorar sua performance bucal.
- Não entendi essa última parte...
- Macho tu quer que eu desenhe?

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Sunday, July 12, 2009

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 134


O Palm ou a vida!

Ele pensou: finalmente chegou minha vez. Sempre pensava como seria seu fim, mas levar um tiro de um pé-de-chinelo drogado não era seguramente sua primeira escolha. Olhou pro sujeitinho: era um camarada igual a muitos outros que já vira a não ser pela cara de drogado. E o revólver, pequeninho, pretinho, com toda certeza, era de plástico, de brinquedo? Depois de ter passado seu relógio novo seria a vez do celular e depois a carteira, mas quando ele "achou" mesmo que a arma era de brinquedo começou a fazer cera para entregar o Palm que estava no bolso da calça jeans apertada. Olhou novamente para o revólver pequenininho na mão do Zé-ninguém e resolveu não entregar sua agenda/Palm/celular. O cara era um bronco: não percebeu o engate da primeira marcha e daí a arrancada com os pneus cantando foi um átimo, um instante. O revólver era de brinquedo... Do alto, Ella riu, pois isto não estava em seus planos.

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Friday, July 10, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 79


LÍVIO BARRETO, o “Lucas Bizarro” da Padaria Espiritual, nasceu em 1870 e faleceu em 1895, tendo deixado uma única obra, “Dolentes” (póstuma). Aqui apresento seu poema A***, publicado nesse livro.


A***

I

Não te apavores tu, não te atormentes,
Ó minha doce e virginal senhora,
As rajadas coléricas, frementes,
Que me envolvem de dia e de hora em hora.

Como o mergulhador que sobe à tona
Sacudindo a ensopada cabeleira,
E as vagas corta procurando a beira,
E clamo, sobre as água se abandona:

Eu vou sereno contemplando o vulto
De um ideal que me sorri na mente...
Ódios? Não vejo, e rio-me do insulto,
Rio de todos, e amo a ti sòmente.

Sei que separa o vírus da calúnia
Muitas almas e muitos corações,
Mas a inveja banal desses vilões
O meu desprezo simplesmente pune-a.

II

Longe, no vasto mar, ermo, infinito,
A vela rasga-se ao bater do vento,
E o marinheiro audaz não solta um grito
Sobre as ondas do líquido elemento.

Pois se o navio voga e não deriva
Do rumo, e aproa aonde há de chegar
Não teme o mar, e aos ventos não se esquiva:
Que importa os ventos e que importa o mar?

Bem como o marinheiro, eu não descoro
Ao rugir da calúnia, bronco e fundo:
Que me importa esta gente, se eu te adoro?
Se tu me amas, que me importa o mundo?

- 1893 -

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Thursday, July 09, 2009

VISTAS DA GRANJA 102


A Ponte de Ferro da Granja é, de longe, a estrutura mais marcante da cidade. Não há luz que ofusque o seu brilho, sejam as luzes incandescentes, sejam mesmo as pobres luzes de velas. Somente o Sol, o astro Rei, é capaz de torná-la mais enfeitiçada.

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Farra junina em municípios cearenses


Leia o que o jornalista Fábio Campos escreveu ontem (8 Jul 2009)




e hoje (9 Jul 2009)




no jornal O Povo sobre a "farra junina" nos municípios cearenses.


(A foto que ilustra é tomada de EvaNave de 2008 em Fortaleza: EvaNave em Fortaleza)
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Wednesday, July 08, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 19


Jorge Raposo, filho aprende a (não) guiar

O menino fora batizado no Parazinho com o nome de Oswaldo. O novo compadre de Jorge Raposo (filho), o pai do menino, era o Ladino, já amigo de muitas cervejas e conversas picantes no bar do Anastácio. O Ladino era exímio chofer de caminhão e vivia insistindo para o novo compadre aprender a guiar. Jorge prometia que, logo que comprasse um automóvel, aprenderia a guiar, pois queria botar o bicho na praça pra ganhar algum dinheirinho extra e ele mesmo tinha de guiar o monstro; os tempos estavam duros e parecia que iriam continuar assim por muitos e muitos anos. No começo do ano Jorge tirou um empréstimo na carteira agrícola do Banco do Brasil e comprou um automóvel Chevrolet novinho em folha na agência do tio Nanem. Quando o bicho chegou, trazido pelo compadre Ladino, foi só questão de conversar e o malhadinha foi aprender as artes da direção. Atrás do volante ele se atrapalhava todo com as ordens do compadre e trocava tudo que era de pé e mão: na hora de empurrar o pé direito ele empurrava o esquerdo, na hora de rodar o volante para a direita ele girava para esquerda. O compadre já estava se zangando quando Jorge, em um movimento brusco, joga o carro novinho em cima de um monte de pedra fazendo um barulho infernal e atraindo até os soldados da Delegacia, ali pertinho. O compadre Ladino resolve dar por encerradas as lições de direção ao amigo dizendo:

- Compadre você é muito inteligente, mas infelizmente sua inteligência está na cabeça e não nos pés.

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Tuesday, July 07, 2009

HISTORIETAS DO MEIO DA SEMANA 90


Convites para os funerais de Michael Jackson

O empresário americano John Z. Wayne encarregado da distribuição de convites para a cerimônia do funeral do cantor Michael Jackson contatou altas autoridades locais a respeito de pessoas que se identificassem com o grande artista e, se possível, lhe enviassem seus nomes e endereços. A finalidade do contato era identificar essas pessoas e enviar-lhes convites especiais para comparecerem ao sepultamento do cantor no Staples Center no dia 7 de julho de 2009. O Secretário que atendeu ao pedido, Dr. Wolf Lobo Daronch, enviou os nomes e endereços (não mostrados por razões óbvias) das pessoas aqui listadas:

MAIKEL CICERO OLIVARES
MAIKELLE MOSCA AZEVEDO
maikol JUSTINIANO PEREIRA
MAIKON R. SILVA
MAIQUEL CÉSAR AGUIAR
maykon jacque ribeiro
maykon son REVERSON CORTES
MAYKON TIRESIAS SILVA

Não sabemos se todos conseguiram viajar para Los Angeles.

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Monday, July 06, 2009

HISTÓRIAS DAS TERÇAS 60


Programa de Anulação dos Queixumes, PAQ

Agora que Talzinho estava velho e perto da aposentadoria “eles” queriam tirar um sarro com ele. Mas o homem estava preparado para essa eventualidade. Em conferência com seus apaniguados maiores Talzinho havia decidido formular um Grande Plano: um programa, o “Programa de Anulação dos Queixumes”, que seria conhecido como PAQ. Um dos esteios do programa estava em renovar o plano de plantação de coquinho de macaco para a obtenção de neurônios vegetais; como já anunciado há tempos esses neurônios seriam distribuídos em mistura com farinha de mandioca para enriquecer a dieta dos membros do “staff” na esperança de vê-los elaborar projetos mais ambiciosos no que diz respeito à sua carga de “ganhança”.

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Sunday, July 05, 2009

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 133


Gerência de Atendimento de Pessoal Abestado (GAPA)

Iliche cuidava das contas no Grande Banco. Ele era o Gerente de Atendimento de Pessoal Abestado (GAPA) e sua função era a de desencorajar tanto a abertura de novas contas como a manutenção de antigas. Um dos métodos empregados era o do telefone. Era simples, pois consistia em atrair os clientes, pedir-lhes que esperassem e daí a pouco atender dizendo que ligassem mais tarde. Ao fim de algumas tentativas ele levava o cliente a esperar por seu atendimento cada vez mais tempo. Seu recorde atual era o de um abestado rei que tinha esperado o telefone tocar setenta e oito vezes antes de desligar.

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Saturday, July 04, 2009

POEMAS BARRETO/XAVIER 78


Abaixo o poema Núbil de LÍVIO BARRETO transcrito de “Dolentes”, seu único livro.

NÚBIL

Mais do que tudo eu amo o teu olhar
Tão doce e meigo, ó débil sensitiva,
Que traz minh´alma trêmula, cativa,
Absorta e muda à luz desse luar.

Dos teus anos o cândido alvorar
Tua alma de anjo faz modesta e esquiva;
Cerca-te um ninho de perfume e aviva
O meu amor profundo como o mar.

Ao céu azul das minhas esperanças,
Como orações de mães ou de crianças,
Sobem cantando as aves do meu sonho.

E o coração, por entre a sombra e o pranto,
Diz-me que te amo ardentemente, entanto
Que tu não me amas, com pesar, suponho!

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Thursday, July 02, 2009

VISTAS DA GRANJA 101








ROUPAS A SECAR NO VARAL NA GRANJA E ARREDORES 2

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Wednesday, July 01, 2009

HISTÓRIAS DE JORGE RAPOSO 18


Cantada no salão


- Bom dia Marcinha, dizia ele e ela respondia:

- Bom dia, meu bem.

Ele não “ia ao barbeiro”, mas provavelmente ela era a única pessoa que acertava um corte para o seu, sempre rebelde. Quando na cidade ele só cortava com ela, com outro só se soubesse que ela não iria ao salão. Ele a chamava de Marcinha e ela o tratava por “meu bem”. Ao pagar ele sempre deixava uma boa gorjeta.

Ele tinha certeza que ela, nem seu nome sabia, mas isso não importava. Ele gostava dela e demorou muito até descobrir que era casada e que o marido era depressivo. Dele Jorge, ela sabia muito pouco, pois como sempre, apesar de conversador, ele se trancava e não entrava em particulares, principalmente depois de ter descoberto a existência do marido. Ela era mais uma que aparecia e ele não tinha a coragem de “cantar”. Ela não estaria nem nas dez das quais seu amigo falava:

- Jorge, tu canta dez e uma cai. Tu fica no lucro, rapaz!

Ele recusava usar esta estratégia e ficava na sua, isto é, nenhuma.

Neste dia Vanessa o deixou na porta do salão e prometeu voltar daí a meia hora. Sentou-se na cadeira de Marcinha e ela logo começou a operação que ele achava chata. Estava com muito sono e sentiu os olhos fecharem.

Procurou alguém conhecido e notou a presença de colegas de trabalho de ambos os sexos, que borboleteavam ao som de um conjunto brega. Seus colegas da Associação adoravam essas festas em comemoração a qualquer coisa; era oportunidade para por os fuxicos em dia e paquerar. Ele comprou uma dose de uísque com muito gelo e ficou em pé olhando o movimento dos casais; não sentiu vontade nenhuma de se aproximar dos colegas. Ele estava simplesmente marcando sua posição imutável: não conversava com “todo o mundo”... Para ele todo o mundo era todo o mundo, mesmo!

Ficou surpreso quando descobriu uma ex-aluna dançando com alguém conhecido. Ele esperou uma parada do conjunto e se aproximou dela:

- Oi como vai? Está de volta definitivamente ou ainda está em Brasília?

- É ainda estou arranchada lá. Agora sou Professora Assistente e estou fazendo doutorado com o Professor Rosado.

- E em que área?

- Nessas coisas que ele faz e que você também faz!

- Eu? Não trabalho em mais nenhum dos assuntos em que me envolvi com ele. Aliás, que ele me envolveu... Quer dançar comigo, agora?

- Vamos... Saíram os dois dançando, ele tropeçando em seus pés, fora do ritmo, pois nunca havia aprendido a dançar. Mas, nessa época ele tinha coragem de tirar uma colega para dançar, mesmo tendo que pedir desculpas o tempo todo. Ele começou a dar-lhe sinais de que de sua boca ia sair uma “cantada”. Até hoje ele não sabe o que viria depois. Ela o repeliu brutalmente:

- Cara tu tá completamente errado! Não tem nada disso! Tu mistura tudo! Vamos parar que eu vou embora!

Ele nunca mais a viu. Aliás, recentemente a viu no shopping e notou que, apesar de ser bem mais jovem do que ele, ela estava com a face completamente escavada.

- Pronto meu bem acabamos, disse Márcia. Parece que você estava era sonhando. Será que minhas mãos são mesmo tão delicadas ou você está com muito sono?

- Sei lá Marcinha. Acho que tenho dormido muito pouco nos últimos dias. Vou embora. Tchau.

Saiu após ter pago o corte e deixado a gorjeta costumeira. Foi sentar-se no banco de madeira que ficava em frente ao salão à espera de Vanessa que demorou um bocado.

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