Saturday, September 22, 2007

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 45


Vila de Tal

Pouco antes das seis George sai para caminhar. Não é difícil escolher por onde ir. Ele se dirige para o alto no fim da rua. Logo depois da pracinha ele se dá conta que está galgando um lençol de lava que se tornou granito e sobre o qual centenas de casebres e casinholas de todos os tipos e não muitas cores se amontoam. É melhor dizer que a cor predominante é a do barro feito taipa. Não há ruas – parece um labirinto mitológico - e todo o espaço, o chão, o lajedo, presta-se para escoadouro de águas servidas, onde cães sardentos e certamente pulguentos passeiam. Muitas crianças sem farda sugerem aulas no turno da tarde, ou da noite ou em nenhum. Muitos homens idosos sentam-se em banquinhos em frente a suas moradas à espera do sol e olham para o buraco onde está a vila que eles também ocuparam em diferentes levas, vindos desde o ultramar branco, ou negro, às tabas de seus avós.

Eles miram ao longe o “Castelo de Tal” e logo abaixo o buraco onde está a pequena vila castigada pelo sol inclemente e pela desídia e pela incúria e por artimanhas e tramóias.

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Monday, September 17, 2007

Sunday, September 16, 2007

O Povo da Malhadinha 22


Homem forte

Raimundo Maçambique era forte e topava qualquer parada para provar isso. Certo dia, na Passagem-da-onça, na casa do "Anjo" (Ângelo), ele apostou que quebraria uma corda de couro trançado usando as mãos. Mais que depressa o velho mandou o Quinzim fazer uma corda com o couro mais resistente que eles tinham guardado. Quando estava pronta eles amarraram uma ponta da corda num tronco de aroeira e a outra na cintura do Maçambique. Ele agora devia puxar a corda até quebrar, se possível. Com a corda presa na cintura ele fez carreira umas três ou quatro vezes e nada da corda quebrar. Quando todos, e tinha muita gente em volta, se convenceram que ele não quebraria a corda, pediram-lhe para parar a demonstração. Mas ele não aceitou e continuou por mais algum tempo a sua tentativa de mostrar que era macho.
Foi então que o velho "Anjo" mandou cortar a corda com uma faca quando o malhadinha tivesse com ela esticada. Dito e feito: o Quinzim cortou a corda e o Maçambique caiu no barro gritando: “Eu num dixe, eu num dixe!”

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HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 44


Inspiração

Os amigos descobriram que ele só trabalhava se fosse "tocado" por alguma coisa, tipo uma caninha, um baseado ou mesmo uma cafungada. Nada disso. George Fox sabia qual era seu estímulo: uma musa ou melhor, diversas musas.
Como algumas o haviam abandonado, recentemente, sua produção estava em baixa. Foi aí que ele descobriu uma nova, enterrada no pé da serra, servindo à mesa da casa do avô Inásso.

Ele perguntou seu nome e pediu-lhe licença para tirar sua foto. George lhe disse que ela era bonita e mostrou-lhe a máquina com a foto. Bella - era esse seu nome - olhou com um olhar distante e disse:

- Que bonita nada, eu nem sei! Num enxergo. Eu tenho retinite pigmentar e num tem cura!


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Wednesday, September 12, 2007

VISTAS DA GRANJA 11





ALGUMAS CONSTRUÇOES DO SÉC. XIX E XVIII

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O Povo da Malhadinha 21


O Capitão

A respeito da Palma conta-se uma historinha de Zé Raimundo. Ele ia da Granja para Fortaleza em um caminhão guiado pelo Cabecinha. Quando param na antiga Várzea Grande ele pergunta onde estavam e o Cabecinha responde:

- Capitão! Nós estamos na Palma, desça para tomar um cafezinho.

Ele recusa e com veemência adianta:

- Não desço, não! O Luis Felipe é que estava certo, a Palma é terra de cavalos bons e matutos ignorantes!

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Monday, September 10, 2007

VISTAS DA GRANJA 12






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HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 43


Palestrante

Marco estava "cheio" com os convites para conferências que tinha de aceitar. Certo dia resolve preparar um DVD com uma conferência “padrão” e sempre “ajustada” com as “últimas novidades” toda vez que fosse convidado a dar uma palestra. Ele passou a enviar o DVD para os colegas que o convidavam e pedir para “rodá-lo” no dia marcado.

Agora ele embolsa os cobres correspondentes às passagens e diárias e acrescenta uma linha no seu currículo.

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Wednesday, September 05, 2007

VISTAS DA GRANJA 11







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HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 42B


INTERRUPÇÃO DA SÉRIE

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 42B

(Este triste aviso foi tomado por uma das HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA. Aqui no Blog eu a incorporo como tal, tipo as outras...)

Devido a uma pane no HD do meu micro vc não estará podendo ler a Historieta dessa segunda-feira. Nosso técnico está trabalhando para recuperar os dados por enquanto perdidos. Você estará podendo ler historietas no

blog http://jxavierfilho.blogspot.com/

bem como as historinhas do Povo da Malhadinha e ver as Vistas da Granja. Divirta-se enquanto tento escapar desse desastre.
Abrs jx

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Sunday, September 02, 2007

HISTORIETAS DE SEGUNDA-FEIRA 42


Eu tenho sangue azul

Dona Amélia falava sempre para as vizinhas da rua que seu sangue era azul. Elas riam muito, mas deixavam pra lá essa sede de nobreza da amiga. Certo dia apareceu em sua casa um primo de Belo Horizonte, a meca dos estudos de “Genealogia Molecular”. Ele dizia que, em verdade, sua família, a mesma dela, lógico, tinha ascendência nobre. Não simplesmente nobre, mas muito mais que isso. Os pesquisadores mineiros ao examinarem seu sangue (do primo) verificaram que ele apresentava marcadores genéticos típicos de populações do Oriente Médio. Como isso seria possível, restava investigar. Como os dinheiros eram curtos, como sempre foram, alguns se cotizaram e enviaram o Zezinho para tentar descobrir alguma coisa. Ao chegar a Israel, debaixo de toda aquela nuvem de guerra que pairava sobre o país, ele descobriu uma espécie de ONG que era especializada em desvendar a ascendência de pessoas que julgavam ter origens na região. Em poucos dias e em troca de alguns poucos euros ou mesmo sherkels, o ongueiro lhe apresentou uma árvore genealógica que explicava, pelo menos para ele, o famoso sangue azul de sua prima cearense.

Estava claramente indicado na árvore que sua família descendia do Rei Salomão e da Rainha de Sabá.

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